EDUCAÇÃO

Nosso principal projeto na área de Educação é o Olhares Cruzados, que nasceu em 2004 com a proposta de contribuir para a implementação da Lei 10.639/2003 que tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira, que teve por princípio, visibilizar a trajetória histórica dos povos da África que contribuíram para a construção do nosso país e da identidade brasileira.

Pautado pelo respeito aos direitos da criança e do adolescente, o projeto Olhares Cruzados possibilitou o conhecimento recíproco entre crianças brasileiras de comunidades vulneráveis, quilombolas e indígenas com outras do continente africano, da América Latina e Caribe. Inicialmente através de trocas de fotografias, cartas e objetos produzidos por elas em oficinas de fotografia, redação e arte. Num segundo momento foi introduzida a proposta de resgate histórico das comunidades contempladas, por meio de pesquisa e entrevistas realizadas pelas crianças e jovens com as pessoas mais velhas. Nesse contexto o Olhares Cruzados passou a contribuir não apenas para o resgate da memória local, mas também para a valorização de lideranças, a luta pela terra, a expansão das metodologias educativas e para a mobilização das comunidades em prol dos seus direitos.

Com a parceria das secretarias de educação e entidades de ensino locais desenvolvemos materiais didáticos e a formação de professores com foco para a educação em direitos humanos e o respeito às diversidades.

Em quase 20 anos de existência o projeto Olhares Cruzados desenvolveu e aprimorou práticas pedagógicas e metodologias a partir da experiência prática adquirida com as trocas de saberes protagonizados por mais de 80.000 crianças e adolescentes brasileiros e de 12 países da América Latina e África, que participaram de oficinas temáticas voltadas para a valorização da diversidade, da cultura e dos saberes locais; o respeito aos direitos humanos, a preservação do meio ambiente.

Os diálogos de saberes e os olhares trocados entre esses jovens participantes estão registrados em 15 livros publicados, 8 documentários e dezenas de exposições. Entre outros reconhecimentos, Dirce Carrion a idealizadora do projeto, recebeu a comenda da Ordem do Rio Branco, a Menção Honrosa do Prêmio Direitos Humanos 2013 e a indicação para o Prêmio Cláudia na categoria trabalho social.