DIREITOS E CIDADANIA

A importância das tradições e valores culturais para os povos e principalmente para o próprio desenvolvimento das crianças é reconhecida internacionalmente, e está registrada no texto da Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDC) que em 2024 completa 35 anos da sua adoção pela Assembleia Geral da ONU.

Nessa linha o projeto Olhares Cruzados, ao longo da sua trajetória pautado pela valorização da diversidade reafirmou o compromisso na defesa dos direitos das crianças e adolescentes, trazendo-os também para o protagonismo das discussões, e criando oportunidades de aproximação e conhecimento de outras culturas, por acreditar ser esse o caminho para que se superem discriminações e preconceitos, concretizando-se cada vez mais uma realidade de tolerância entre os povos.

A partir de 2011, com a realização do projeto Olhares Cruzados em três aldeias Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul, tomamos contato com uma realidade de violações de direitos alarmante, o que fez com que a Imagem da Vida priorizasse projetos focados na garantia dos direitos de crianças e adolescentes indígenas Guarani Kaiowa.

Entre 2012 e 2017 viabilizamos diversos encontros de jovens nas aldeias Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul, onde foram apontadas violações, discutidos encaminhamentos, formas de enfrentamento e estratégias para dar visibilidade a causa. Entre outras ações, em outubro de 2013 foi viabilizado na Câmara dos Deputados em Brasília o I Fórum Direitos e Cidadania na visão de crianças e adolescentes Guarani Kaiowa, Em junho de 2017 uma delegação de 40 adolescentes e jovens representantes desta etnia, acompanhados por lideranças e rezadores se deslocaram do Mato Grosso do Sul para Brasília para serem ouvidos na Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, na representação da União Europeia no Brasil e pela Ministra Cármen Lucia, na época Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Entre julho de 2018 e julho de 2020, o apoio da União Europeia possibilitou a realização do projeto Tekojoja que viabilizou encontros formativos mensais de defensores indígenas de direitos humanos que, a partir da metodologia desenvolvida pelo projeto, tiveram facilitada a compreensão dos seus inúmeros problemas e as possibilidades de busca de soluções autônomas para o enfrentamento das violações de direitos de que são alvo os indígenas Guarani e Kaiowa no Mato Grosso do Sul.

Em 2020 e 2021 as ações da Imagem da Vida voltaram-se para o enfrentamento da pandemia do COVID 19. Uma parceria com a FIOCRUZ e outros apoiadores viabilizou a produção de materiais informativos, a compra de EPIs para agentes de saúde indígenas, além de um observatório que acompanhou a evolução dos casos de Covid nas aldeias Guarani e Kaiowa no Mato Grosso do Sul entre março de 2020 e maio de 2021: tiny.cc/COVIDaldeias